segunda-feira, junho 27, 2005

Soneto do Maior Amor

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente, dá risada

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal aventurada.

Louco amor meu que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo

Vinicius de Moraes

domingo, junho 05, 2005

Jacques Chatteau...

Aquele amor de entrega

Acho que nunca mais sentirei.

Eu sei que amor não se nega,

Mas te confesso que eu cansei.

Agora eu te amo normal,

Sem sonhos, nem muita loucura.

É isto que sinto, afinal.

Talvez não amor, só ternura.

O amor que nasceu infinito,

Morreu de abandono e saudade.

Mataste um amor tão bonito.

Perdeste um amor de verdade.

Jacques Chatteau