segunda-feira, setembro 26, 2005

Este poema é dedicado à alguém muito,muito importante para mim...

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não
amo bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade

sábado, setembro 24, 2005

Essa Lembrança que Nos Vem

Essa lembrança que nos vem às vezes...folha súbita que tomba abrindo na memória a flor silenciosa de mil e uma pétalas concêntricas...Essa lembrança...mas de onde? de quem?
Essa lembrança talvez nem seja nossa,mas de alguém que, pensando em nós, só possa mandar um eco do seu pensamento nessa mensagem pelos céus perdida...Ai! Tão perdida que nem se possa saber mais de quem!
Mário Quintana