sábado, abril 09, 2005

A carta que não foi mandada

Paris, outono de 73
Estou no nosso bar mais uma vez
E escrevo pra dizer
Que é a mesma taça e a mesma luz
Brilhando no champanhe em vários tons azuis
No espelho em frente eu sou mais um freguês
Um homem que já foi feliz, talvez
E vejo que em seu rosto correm
lágrimas de dor
Saudades, certamente, de algum grande amor

Mas ao vê-lo assim tão triste e só
Sou eu que estou chorando
Lágrimas iguais
E, a vida é assim, o tempo passa
E fica relembrando
Canções do amor demais
Sim, será mais um, mais um qualquer
Que vem de vez em quando
E olha para trás
É, existe sempre uma mulher
Pra se ficar pensando
Nem sei... nem lembro mais

Vinicius de Moraes

3 Comments:

Blogger Andre_Ferreira said...

Existe mesmo sempre uma pra se ficar pensando e nem sempre nesse pensar à alegria, nem sempre são sorrisos que nos afloram a boca nesse recordar

domingo, abril 10, 2005 8:45:00 AM  
Blogger BlueShell said...

Lindo esse poema de Vinicius...E , de facto...há sempre uma mulher...

nesse bar, ou em qualquer outro lugar! beijo, BShell

domingo, abril 10, 2005 12:31:00 PM  
Blogger Monalisa said...

Gostei deste texto de Vinicius e também das fotos que tens em baixo - o teu blog está muito bonito. Beijo

domingo, abril 10, 2005 6:28:00 PM  

Postar um comentário

<< Home